VOTUPORANGA-SP / MAIO DE 2025
RESPONSÁVEL: Sérgio Gibim Ortega
CONTATO: poetagibim@hotmail.com

quinta-feira, 22 de maio de 2025

Ouvindo a Natureza e o Impossível



22 de Maio – Ouvindo a Natureza e o Impossível
por Sérgio Gibim Ortega

No silêncio das flores, a abelha dança,
tecendo em mel o segredo da esperança.
É dia de Rita, santa da fé inabalável,
que torna o impossível, quase palpável.

A Terra sussurra em mil vozes sutis,
celebra a vida em formas mil e febris.
Na colmeia da existência, somos só passagem,
biodiversos, sonhadores — pura paisagem.

Que neste dia, o mundo escute o apelo:
preservar, amar, crer no invisível.
Pois todo dia tem alma e tem cor,
hoje tem abelha, tem fé, tem flor.



Onde o Trem Passa, Meu Pai Mora

Sérgio Gibim Ortéga

[Uma homenagem a Geraldo Ortéga]

Há sons que atravessam o tempo.
O barulho do trem é um deles.
Para quem cresceu ouvindo sua passagem,
ele carrega memórias, saudade e um certo consolo.
Foi assim que o som dos trilhos 
virou morada para meu pai — 
na lembrança e na eternidade.

                                22-5-2025

terça-feira, 20 de maio de 2025

O FRANGUINHO DO POBRE (Cordel da Gripe Aviária)

             Por Sérgio Gibim Ortéga
                 [e a Inteligência Matuta]

No Brasil do aperreio e do suor na testa,
O frango era rei na modesta festa.
Mas veio a tal gripe, com nome pomposo,
E deixou o mercado ainda mais teimoso.

Diz a notícia com cara de séria:
"Tem vírus nas aves, a coisa é miséria!"
Mas o pobre pergunta, de forma esperta:
“Cadê o frango barato na gôndola aberta?”

O ovo subiu, tá quase ouro em casca,
E a galinha virou coisa de carrasca.
O franguinho assado de domingo sumiu,
Virou luxo, desapareceu do Brasil.

Enquanto o rico compra peito empanado,
O pobre tá com osso temperado.
E a imprensa grita com todo fervor:
“Vai ter mais vírus, tremor e pavor!”

Mas o pobre é duro, não cai nessa fácil,
Já vive de aperto, feijão e repasse.
Se tiram o frango, a carne, o pudim,
Ele inventa receita com cheiro e capim.

Mas fica a pergunta no ar e na grelha:
Quem paga o pato nessa história velha?
É sempre o lascado, o da marmitinha,
Que chora na feira por uma galinha.

O Franguinho do Pobre

                       Sérgio Gibim Ortéga

O que resta ao pobre na mesa,
É o frango, sem muita surpresa.
Mas eis que a gripe aparece ligeira,
E encarece a ave inteira.

O ovo sobe, o quilo voa,
Na feira, a tristeza ressoa.
O franguinho, tão suado no prato,
Agora virou quase um contrato.

Acabou-se a alegria singela,
Do cheiro bom vindo da panela.
A imprensa, com tom alarmista,
Espalha o vírus — vira artista!

Enquanto o rico faz banquete,
O pobre reza por um filete.
Mais uma vez, a corda arrebenta,
No lado fraco — sempre esquenta.

Mas seguimos com humor e coragem,
Mesmo quando a vida vira miragem.
Se o frango sumir da nossa história,
A gente tempera com memória.

GRIPE AVIÁRIA

                Sérgio Gibim Ortéga 

Na dança das penas e do ar,
A notícia chega a ecoar.
Gripe aviária, um aviso,
Entre os pássaros, um preciso.

Mas na esperança, o cuidado,
Com medidas, lado a lado.
A natureza, sempre a ensinar,
Respeito e amor a cultivar.

Que possamos, juntos, cuidar,
Com ciência, saber a trilhar.
Na poesia, a esperança a brilhar,
E a vida, sempre a celebrar.





segunda-feira, 19 de maio de 2025

"Insulina e Intuição"

                    Sérgio Gibim Ortéga 

A vida às vezes pesa mais
quando o açúcar decide subir,
quando a ponta do dedo fura
e o visor mente que está tudo bem.

Cansei de esperar por orientações,
peguei a seringa, aumentei a dose.
Sem consulta, sem receita,
só eu, meu medo e minha vontade de melhorar.

Desceu.
Cinquenta, depois quarenta, trinta.
Como quem desce ladeira de bicicleta,
sentindo o vento no rosto
e o risco no freio.

Melhorei, sim, mas tremi.
Não de emoção, mas de glicose demais saindo.
A dúvida bateu forte:
será que acertei… ou só não errei por sorte?

Sou feito de coragem e riscos,
mas também de carne e consequência.
A insulina me salvou —
mas me lembrou:
a saúde não é brincadeira.

terça-feira, 13 de maio de 2025

Herança do Amor

                         Sérgio Gibim Ortéga 

Tiram da vida a essência, o brilho,
Roubam do outro o justo trilho.
Não é só ouro, papel, riqueza,
Mas o bem doce da gentileza.

Não vale herança sem coração,
Se não há laço, nem comunhão.
Mais que objetos ou poder,
São memórias pra se viver.

O bem maior? A amizade leal,
E não traição com rosto cordial.
Judas também foi “amigo” um dia,
Mas feriu com falsa harmonia.

A saudade de quem bem amou
Não morre, não some, não se apagou.
Mentem dizendo: "Nada se leva"...
Mas o amor — ah, esse — persevera.

É o que resta, o que faz sentido,
A herança viva do que é querido.
É o que brilha quando tudo é pó:
O amor que fica, e nunca só.

                                [13-05-2025]

Essência do que Resta

Sérgio Gibim Ortéga 

Muitos tiram da vida a essência,
Roubando o direito de um outro.
Não é só a herança que levam,
Mas o valor do afeto mais nobre.

Não são cifras que importam,
Mas lembranças — ternos bens amáveis.
Coisas que o tempo não compra,
Que deveriam unir os herdeiros.

O bem maior? Laços sinceros.
Valores de amizade verdadeira,
E não falsos gestos de Judas,
Que ferem com o beijo da traição.

A saudade de quem ama de verdade
Não se esconde na mentira
De que nada se leva da vida...

Pois o amor, sim —
É o que sempre se leva.
É a última e eterna
Recordação de quem partiu.

                        [13-05-2025]

sexta-feira, 9 de maio de 2025

VOLTA AO COMEÇO

                        Sérgio Gibim Ortéga 

Depois que o pai morre,
a gente volta pro começo.
As lembranças vêm de longe,
feito cheiro de café fresco.

Me lembro —
era anos 70,
ele de chapéu e esperança,
apanhando café com as mãos calejadas,
na dança lenta da roça e do sol.

O tempo era duro,
mas o riso dele amansava tudo.
Hoje, qualquer vento mais quieto
traz a saudade —
essa visita sem hora.

A vida vai,
mas o pai…
o pai fica.
Fica na terra, no cheiro,
na memória que nunca envelhece.


quinta-feira, 8 de maio de 2025

MINHA MÃE, MEU LUGAR

                    Sérgio Gibim Ortéga 

(Para o Dia das Mães)

Tiraram a casa, o canto, o quintal,
o cheiro do café no lençol de floral,
mas não levaram o som da risada,
nem o jeito dela em manhãs de alvorada.

Dizem que tudo tem dono e papel,
mas mãe é raiz que ninguém desfaz,
mesmo longe, é céu sob o meu céu,
mesmo ausente, é onde a alma faz paz.

Venderam memórias, trancaram portões,
mas o coração não se assina em cartório.
Ela respira em minhas orações,
vive em silêncio no meu repertório.

Não posso vê-la, não posso estar,
mas onde ela for, vai meu olhar.
Neste Dia das Mães, sou lembrança e saudade,
sou abraço que vence qualquer maldade.

                                               [08-05-2025]



quinta-feira, 1 de maio de 2025

O NOSSO TRABALHADOR


                   Sérgio Gibim Ortega


O trabalhador nasce para todos,
é honra viva, é merecedor.
Simboliza a luta honesta,
o pão suado do sonhador.

Trabalhar é semear a paz,
é esperança para a nação.
Primeiro de maio — dia sagrado,
celebramos a profissão.

É o Dia do Trabalhador,
uma data tão querida.
Nos convida a recordar
o valor da nossa vida.

Vida que pulsa no esforço,
vida que tece caminhos,
vida que planta o bem
e colhe amor e carinhos.

                  1/ 5/ 2025





MOTIVACIONAL

                                           Sérgio Gibim Ortéga 

"Só realiza grandes obras quem
derrama paixão no que faz. 
O amor pelo que se faz 
transforma tarefas em arte,
e o tempo em poesia."

"Excelência não nasce do acaso,
mas do entusiasmo pelo que se faz.
Quando se trabalha com amor,
o sucesso deixa de ser meta 
e vira consequência."

"A excelência profissional
é fruto da dedicação alinhada
à paixão. Amar o que se faz
é o combustível que impulsiona
a inovação, o empenho e os 
melhores resultados."
                                   [1-5-2025]

sábado, 26 de abril de 2025

GRAVADORES DE TERRA

                             Sérgio Gibim Ortéga 

Somos poeira de outros,
ossos antigos que a terra guardou,
somos raízes, somos frutos,
matéria que um dia amou.

A energia corre em nós,
como fio que nunca se apaga,
um sopro antigo em nova voz,
uma memória que o tempo apaga.

Somos gravadores de carne e alma,
novos cérebros, novas canções,
nascemos em branco, em quieta calma,
pra escrever de novo emoções.

Quando esquecemos, como no Alzheimer,
é como se a fita apagasse devagar,
um morto vivo, sem mais saber,
o que veio buscar, o que veio amar.

Mas a vida não some, só se refaz,
a matéria dança, a energia é paz.
E cada novo ser que ao mundo chega,
é a antiga terra que outra vez navega.

                          [26-4-2025]

quinta-feira, 24 de abril de 2025

O BESOURO

                                   Sérgio Gibim Ortéga 

O besouro, coitado, não vive a sonhar,
Rola bosta o dia inteiro, sem nunca parar.
Com esforço danado, suor de inseto,
Faz do esterco sua vida, seu lar, seu afeto.

Empurra a esfera, tão firme e valente,
Com força que espanta qualquer outro ente.
Mas me pergunto, olhando a cena:
Pra onde ele leva essa bola pequena?

É seu tesouro, seu pão de cada dia,
Seu lar, sua arte, sua melodia.
Que vida danada, de luta e poeira,
Profissão suja, mas verdadeira.

Enquanto nós rimos, sem muito pensar,
Ele ensina em silêncio o que é trabalhar.
Na bosta do mundo, o bichinho resiste...
Talvez seja ele o timista mais triste.
                                              [23-4-2025]


Ouvindo a Natureza e o Impossível

22 de Maio – Ouvindo a Natureza e o Impossível por Sérgio Gibim Ortega No silêncio das flores, a abelha dança, tecendo em mel o segredo...